domingo, 14 de fevereiro de 2010

Procurar

Claro que sim, que te procuro. Tu, um qualquer que me desvendaste-me assim que me viste. Corrigiste o sorriso, acertaste com a lágrima, esventraste-me as memórias e derreteste fantasmas em menos de nada. Tu, um qualquer, que me disseste que não sabia andar. Que não sabia caminhar e que por isso teimava em cair em todos os buracos que encontrava. Que insistia no desafio do abismo, mesmo sabendo o resultado final. Tu, um qualquer, que me obrigaste a abraçar-me ao espelho. A querer gostar de mim. A querer amar-me. Como tu. Tu, um qualquer, que soube sempre quem eu era, mesmo quando eu não fazia minima ideia onde me poderia encontrar. Claro que te procuro. Ainda que em sonhos.