Lembro-me bem do seu olhar.
Ele atravessa ainda a minha alma.
Como um risco de fogo na noite.
Lembro-me bem do seu olhar.
(...)
Deve haver ilhas lá para o sul das coisas
onde sofrer seja uma coisa mais suave.
Onde viver custe menos ao pensamento,
e onde a gente possa fechar os olhos e adormecer ao sol
e acordar sem ter que pensar em responsabilidades sociais
nem no dia do mês ou da semana que é hoje.
Abrigo no peito, como a um inimigo que temo ofender,
um coração exageradamente espontâneo
que sente tudo o que eu sonho como se fosse real,
que bate com o pé a melodia das canções que o meu pensamento canta.
Canções tristes, como as ruas estreitas quando chove.