sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Lembro-me...

Numa caixa de dias perdidos Encontrei uma noite sozinha Sem sonhos, só memórias Embalava desejos já tidos Numa almofada de histórias Sob um céu de nuvens estreladas Ouço, perto, um suspiro De alguém que conheci Num tempo de contos de fadas Lembro-me...Quando era possível Escolher o nosso papel Inventar o caminho Lembro-me...Quando tu eras o destino Num baú de desenhos reais Descubro imagens esquecidas Procuro a chave dos ideais Encaixada no portal do tempo Embala duas sensações Guia-as para lá do momento Por cima de um livro fechado As palavras que me juraste Uma fotografia sem caras, sem coresFicou-me o nada do tudo que levaste Lembro-me...Quando era possível Escolher o nosso papel Inventar o caminho Lembro-me...Quando tu eras o destino Se me deste a mão Perdi-a, deixei-a fugir Caímos num buraco escuro Abriu-se o chãoTive de ver-te partir Pedaços de papel rasgado Gritam a notícia Insultam com pormenores Angústia que sinto por nãoVoltar a ter-te abraçado Numa noite de gotas e vidro Faltou um adeus, o último olhar...