Quem dera poder amar-te
Assim como quem bebe água
Sonegar ligeira esta mágoa
Da dor sofrida com arte.
Quem dera mais muito mais ainda
Ofuscar o sol com o teu rosto
E gritar que gosto apenas porque gosto
Porque me agrada esta dor infinda.
Parece doentio bem o sei,
Mas que fazer se é assim que sinto.
Mentir a ti, que a mim não minto.
Nem me arrependo do que te dei.
Bebi do cálice da dor cheia de graça,
Bebi com amor e jeito de garça