quarta-feira, 3 de março de 2010

Soneto do Maior Amor de Vinícius de Moraes

Maior amor nem mais estranho existe Que o meu, que não sossega a coisa amada E quando a sente alegre, fica triste E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste O amado coração, e que se agrada Mais da eterna aventura em que persiste Que de uma vida mal aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere E quando fere vibra, mas prefere Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante Desassombrado, doido, delirante Numa paixão de tudo e de si mesmo.