domingo, 17 de janeiro de 2010

Esta manhã encontrei o teu nome

Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhose o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo doeu-me onde antes os teus dedos foram avesde verão e a tua boca deixou um rasto de canções.No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minhacamisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coraçãoque era o resto da vida - como um peixe respirana rede mais exausta. Nem mesmo à despedidaforam os gestos contundentes: tudo o que vem de tié um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcaraum vale nos cobertores e o meu corpo era de novoum trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na camae repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgotaas forças, são frios os batentes nas portas da manhã.