quarta-feira, 12 de maio de 2010

( DOS OUVIDOS)

A cerração esconde O mundo dos olhos, Mas dos ouvidos não. Os martelos dão aos ferros As formas, Os automóveis desfilam no asfalto. Um vulto grita e evapora, As janelas se fecham para fora. O poeta traga pelos poros A cerração da manhã Na esperança de desencalhar O dia Para a tarde, Para a noite, Para a poesia... Mas a coruja no fio Ainda dorme escorada Nos ombros do poste.