A cerração esconde
O mundo dos olhos,
Mas dos ouvidos não.
Os martelos dão aos ferros
As formas,
Os automóveis desfilam no asfalto.
Um vulto grita e evapora,
As janelas se fecham para fora.
O poeta traga pelos poros
A cerração da manhã
Na esperança de desencalhar
O dia
Para a tarde,
Para a noite,
Para a poesia...
Mas a coruja no fio
Ainda dorme escorada
Nos ombros do poste.