quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

QUERER OU NÃO QUERER É A QUESTÃO...

o que eu não quero é ser olhado como tirano nem quero ser sentido indiferente dói-me a alma de ver decair o ser humano e a terra à mercê do lucro indigente o que eu não quero é ser temido como predador nem quero ser amante amado da vil hipocrisia dói-me a alma de ver a agonia do amor de ver fugir a tanta gente a estrela que os guia o que eu não quero é ser do medo aprisionado nem quero ser da vontade a cobardia dói-me a alma de ver o homem acomodado perdido do belo que premeia a ousadia querer ou não querer não há meio termo se sou agente da acção se calo permito o desvario não posso queixar--me quando estiver enfermo na derrocada do meu falso poderio quero ser luz que da lúgubre treva se irradia e fulgurosa inunda a alva nascitura servindo o verso que no poema é poesia e ser do tempo que rege toda a natura quero ser amor primeiro que ouro poder ou louco em cada homem mulher criança amar de amigo em cada jardim floresta na paz descansar um pouco e sorrir no desencanto de olhar apenas meu umbigo quero ser além dos quatro o quinto elemento a vida entre o ar despoluído e o fogo que acalenta na água que descedenta o corpo e a alma ávida e ser na terra o deus profano que em tudo atenta